Sabe quando você faz aniversário mas não se sente com a idade que acabou de completar? Pois quando completamos 1 ano de Nova Zelândia, foi assim que me senti. Ou não me senti. O fato é que não parecia que já estávamos aqui há tanto tempo.
Mas quando as folhas no parque perto de casa começaram a amarelar e cair, eu senti esses 12 meses nos meus calcanhares...
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O outono dando as caras na Northboro Reserve, o parque por onde passamos quase todo dia para ir à escola |
Quando mudamos para cá no ano passado, o outono já ia avançado e o chão estava sempre amarelado, forrado de folhas secas. Este ano, porém, o verão foi comprido e até umas semanas atrás ainda andávamos só de camiseta por aí... Mas agora que a temperatura começou a cair e tiramos os aquecedores do armário, o peso dos meses veio junto: um ano. Agora eu entendo.
Os brasileiros já começaram a vender os ingressos das festas de São João e hoje é o feriado do aniversário da rainha. As festas regionais e feriados se repetindo também marcam a passagem do tempo: um ano. Sim, agora eu sei.
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Caio no arraiá dos Brasileirinhos de 2014, com o prêmio que ganhou na "corrida do ovo" |
Havíamos planejado uma ida ao Brasil em julho e quando alguns amigos advertiram que talvez fosse muito cedo para ir em casa, eu não entendi. Que problema poderia haver em matar as saudades e dar uma escapada do inverno? Mas imigrantes com mais tempo de estrada que nós avisaram: "Melhor esperar mais um pouco, estar 100% adaptado antes de ir".
Enquanto o custo das passagens não baixava, Roger foi alocado em outro cliente, num projeto curto do qual não faz sentido sair no meio. Então, decidimos adiar a viagem para as férias escolares de setembro. Mas agora que o tempo passado aqui ganhou outro significado, eu começo a entender o alerta dos amigos quanto à ida em casa. E me pergunto se na volta para cá não corremos o risco de ser barrados no aeroporto por excesso de bagagem... Afinal, quem sabe quanto a nossa saudade vai pesar nesse retorno?