Este é o primeiro verão que passamos aqui - mudamos em abril e das outras duas vezes que viemos à Nova Zelândia, de férias, era primavera. Então, eu não sabia quão bom pode ser o início do ano por aqui! Ainda bem. Se soubesse, teria mudado antes. :-)
O sol brilha quase o tempo todo, mas em geral anda acompanhado por uma bela brisa que aplaca o calor. A maioria das escolas primárias só reinicia as aulas em fevereiro, então a garotada conta com cerca de 6 semanas de férias neste período, para aproveitar o bom tempo! A maioria dos adultos também folga nas semanas do Natal e ano novo e como dessa vez a maioria incluiu Roger, :-) nós aproveitamos para conhecer um pouquinho mais da Nova Zelândia.
Logo depois do Natal fomos para Ngunguru e Tutukaka, em Northland, a cerca de 2,5 horas de Auckland (mais ou menos 30 minutos a partir de Whangarei). A idéia original era passar alguns dias lá e depois montar nossa base em Paihia, mais ao norte, de onde poderíamos conhecer Bay of Islands, Waitangi (onde foi assinado o famoso tratado com os Maoris) e Cape Reinga (em uma excursão de um dia, pela Ninety Mile Beach). Sempre tive vontade de ir até Cape Reinga, ver o encontro do oceano Pacífico com o Mar da Tasmania e conhecer o local onde os espíritos dos Maoris partem para o Mundo dos Mortos, escorregando pelas raízes de uma pohutukawa com 800 anos de idade...
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Nosso roteiro original |
Mas como só Roger tem carteirinha de mergulhador e eu também queria aproveitar um pouquinho, reservei nosso primeiro dia para o Perfect Day Ocean Cruise, um cruzeiro pelas Poor Knights Islands que deveria ser, como o nome indica, um "dia perfeito". Acontece que o tempo no dia do nosso cruzeiro não estava lá essas coisas e ninguém lembrou de combinar com Netuno um mar perfeito também... Resultado: ficamos perfeitamente enjoados durante os 30-60 minutos que o barco levou para chegar nas ilhas! Caio foi o único que escapou ileso. Quando o barco ancorou, ele vestiu o traje de mergulho sozinho, calçou as nadadeiras, colocou os óculos e ficou esperando pacientemente o bando de mareados se recuperarem para cair na água...
Martim, por outro lado, ficou tão mal que não queria nem se mexer, quanto mais entrar no mar. Vomitou horrores, demorou uma eternidade para se levantar e outro tanto para tomar coragem para um mergulho. Não o culpo... A água estava um gelo! Parecia saída daquela propaganda da cerveja "Gelaaaaaaaada", lembram? Felizmente ele melhorou antes do barco zarpar de volta à terra e graças a Deus a volta foi mais tranquila, sem tantas ondas e balanço.
O barco tinha um super buffet - sandubas, sopas, frutas... Mas, com exceção de Caio e seu estômago (aqui sim!) perfeito, ninguém comeu nada durante o passeio. Depois de um dia enjoando, vomitando e mergulhando naquela água gelaaaaaada, dá para imaginar porque a pizza que comemos num restaurante em terra firme ao voltarmos foi a melhor parte do nosso "dia perfeito", não é?
Eu já estava arrependida de ter inventado essa parada em Tutukaka, mas o dia seguinte me fez querer ficar por ali mais uma semana, pelo menos! Nós estávamos hospedados em um Bed and Breakfast encantador e o seu proprietário, Hilton, é apaixonado pela região. Conhece todas as praias e trilhas e nos levou em um passeio fabuloso pelas Abbey caves, umas cavernas cheias de glow-worms, uma espécie de tapuru bioluminescente que transforma o teto das cavernas em um céu estrelado!...
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Explorando uma das cavernas |
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Pense num dia trabalhoso para o Anjo da Guarda dele! :-) |
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Caminhada de uma caverna para a outra |
No dia seguinte foi duro nos despedirmos de Hilton e Melva, os donos do Bed & Breakfast. Eles são simpaticíssimos, a comida é super gostosa (Melva usa alimentos de sua própria horta!) e a conversa é mais ainda... Quero voltar lá algum dia! :-)
Como eu falei, nosso plano original era continuar subindo até Bay of Islands, mas depois achamos que o tratado de Waitangi e Cape Reinga não seriam programas tão interessantes para os meninos e decidimos retornar para Auckland. Uma ótima decisão, ainda mais considerando que agora os famosos passeios de barco de Bay of Islands estavam fora de cogitação...
Na volta, aproveitamos para conhecer algumas praias da região: Matapouri e Whale Bay. Hilton havia me falado sobre Whale Bay, contado que era uma praia pequena e muito bonita, cercada por grandes pohutukawas, um must see da região. Mas nada do que ele disse realmente me preparou para o que encontramos lá.
Eu sou de Recife, Pernambuco. Viajei várias vezes pela costa do Nordeste. Conheço um pouquinho de Floripa e do Rio de Janeiro. Papai trabalhou um tempo em Fernando de Noronha e fui várias vezes lá, visitá-lo. Bom, o que eu quero dizer é que estou mais do que acostumada com belas praias! Na verdade, nunca achei que encontraria alguma tão encantadora quanto as nossas... Esse seria um dos preços a pagar por morar aqui. "Paciência", eu pensei quando decidimos vir. Quando voltar pro Brasil eu mato a saudade de uma Praia com "P" maiúsculo de verdade...
Bom, Whale Bay me fez rever esse (pré)conceito! Como Roger bem descreveu, ela está "no mesmo nível das praias de Noronha". A idéia era apenas darmos uma olhada e seguirmos para Auckland, mas a praia era tão convidativa que não teve jeito - os garotos transformaram as cuecas em sungas e caíram na água! E se eu não me segurasse, teria entrado com roupa e tudo também! :-)
Até hoje, quando falamos em ir para a praia, Caio pergunta: "É para Whale Bay, mãe?"
E eu penso com meus botões: "Quem me dera, filho, quem me dera..."
Que massa prima ! Eu teria adorado ir passar as ferias com vocês, mas os senhores Tomas e Samuel Manzi resolveram ficar de recuperação, como na música do legiao ... Vamos ver se próximo ano eles se saem melhor e vamos por ai ...
ResponderExcluirEita, que pena que não deu certo este ano... Mostra as fotos para eles - quem sabe serve como incentivo para eles passarem direto na próxima vez! :-)
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