quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Portuglês chegando

Já ouvimos várias recomendações de outros brasileiros - e também de praticamente todas as professoras e educadores com os quais tivemos contato - com relação a falar em português com os meninos.

No início eu achava engraçado, afinal, mal havíamos chegado, os garotos ainda nem entendiam inglês direito, e o pessoal já perguntava: "E como está o português deles?". Quando fazíamos aquela cara de "Ué, por que a pergunta?!", diziam: "Ah, é que vocês acabaram de chegar... Espera um pouquinho pra ver."

Bom, acho que o pouquinho já passou! Mudamos a menos de 8 meses e eu percebo agora porque taaaantas recomendações com relação a manter viva a língua materna...

As crianças são uma esponjinha e, em geral, após alguns meses, todos eles apreendem o novo idoma. Antes de virmos, alguns amigos nos deram até um roteiro básico do que esperar:
  • No primeiro mês eles não falam nada (do novo idoma).
  • No segundo mês, ainda não falam, mas parecem já entender alguma coisa.
  • No terceiro mês começam a falar algo e depois disso... Não param  mais!
Com certeza, cada criança é única e esse roteiro básico pode apresentar diferenças. Aqui em casa mesmo, um dos garotos já chegou falando (apesar de só ter estudado inglês por uns 2 meses nas aulinhas da escola) e o outro só soltou mesmo a língua depois de entrar na escola (uns 5 meses depois de chegarmos).

Mas o fato é que eles aprendem, ou melhor, incorporam a novo idioma muito rápido e, se a língua materna não é usada... Já sabem, né? Em casa, mesmo falando português com eles todo o tempo, noto que já houve um certo retrocesso na maneira como usam nossa língua.

O uso dos pronomes, por exemplo, está falhando. É um tal de "Dá isso pra eu" que se repete o tempo todo, não importa o quanto a gente diga "Dá para mim, menino!". Mas o marco tragicômico da preocupação com o uso do português veio quando estávamos no carro, voltando para casa, há algumas semanas atrás. Martim, que sempre gostou de observar o trânsito, de repente falou assim: "Pai, pai, passa aquele vermelho carro!". 

Depois, quando comentei o ocorrido com ele, o garoto deu umas boas risadas e, do jeito que ele é, duvido que cometa o mesmo equívoco novamente. Mas ontem, quando o caçula Caio perguntou pelo irmão falando "Ele está na dele casa?", eu comecei a desejar que as nossas férias no Brasil não demorem tanto tempo para acontecer...

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