quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Sentir-se em casa

Para começar, deixa eu dizer a vocês o que mais me assusta nesta história toda, o que sempre me assustou, desde que começamos a pensar em morar fora do Brasil por um tempo...

Tenho um amigo querido que mora nos EUA, migrou a muitos anos atrás, e certa vez perguntei a ele como era morar no exterior. Sua resposta me surpreendeu. Ele me contou que o mais duro de morar no exterior era que ele nunca mais havia se sentido "em casa". É que segundo ele, lá não era a sua casa, o seu lar. Ele tinha uma boa casa, bom trabalho, a família estava bem adaptada, mas acho que ele acreditava que lá nunca seria a sua casa. E, quando ele voltava para o Brasil, de férias, estava sempre na casa de sua mãe, que, evidentemente, também não era mais a sua casa. Resultado: ele nunca mais se sentira completamente em casa em lugar nenhum!

É claro, ele me contou muitas outras coisas também, lembro-me vagamente de algo sobre o seu trabalho e o de sua esposa, que eram muito estimulantes, mas o fato é que essa questão de sentir-se em casa eu nunca esqueci. Já viajei muito, sempre gostei de viajar e sempre achei que preciso viajar mais e mais (é uma sede de beber o mundo que não acaba nunca!     :-)). Mas sempre gostei de voltar para casa. Quando viajava de férias, mesmo que para longe, gostava de programar a volta para as 6as feiras, só para ter um final de semana em CASA antes de voltar à rotina. A idéia de não ter mais "casa", não ter mais essa referência, sempre me assustou. É como não ter raízes, e sem raízes... Quem é você?

8 comentários:

  1. Imagina que essa é mais uma das viagens e que no dia 03/01 /2020 você estará voltando para casa em Aldeia. Você deve tá se perguntando porque essa data e eu te digo o seguimte : vai dar uma olhada no calendário.
    Beijos em todos.

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  2. Ué?! Não entendi, Bim...
    3 de janeiro de 2020, uma sexta-feira, lua crescente... O que tem de especial nesta data?
    Beijo!

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    1. Só uma sexta feira como todas as outras que você escolheu para voltar e essa será em pleno verão com praia, sol e cerveja.
      Beijos.

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  3. Kkkkk, então tá! Só por isso já será especial mesmo!

    Sabe que outro dia desses eu e Roger estávamos falando justamente sobre isso? Sobre quando a gente faria uma visita ao Brasil? Nossas passagens de volta vencem no mês que vem; fui ver qual seria o custo para adiá-las e descobri que só podemos adiar no máximo até o final de março/15 (1 ano da data da nossa vinda)! Como muito provavelmente teremos que ficar pelo menos um pouco mais de tempo para obter os vistos sem restrições de viagem, então... Já desistimos das passagens de volta, né?

    Eu gostaria muito de visitar o Brasil no final de 2015, quem sabe passar o Natal com a família e tomar uma boa cerveja na praia junto com os amigos! ;-) Mas o preço das passagens pipoca em dezembro, então não sei se vai dar... Bom, ainda falta tanto tempo, não é? Por enquanto o jeito é segurar a saudade e seguir curtindo o que estamos vivendo por aqui. Nem sempre é fácil, mas pelo menos dá história para contar! ;-)

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  4. Deia, eu passei por isso quando vim pros EUA em 2011 tambem. De nao me sentir em casa, etc. E isso durou ate um dia, depois de varios e varios meses, talvez depois de 2 anos, em que passamos um bocado de tempo fora dessa nossa dita 'segunda-casa-que-voce-nao-sente-como-seu-lar' e descore o quanto voce sentia a falta desse lugar, do cheiro de la, do seu banheiro, do quintal, de como voce gosta de um cantinho ou de outro dependendo da hora do dia, etc. Dai voce percebe que aquele lugar ja ganhou o status de 'seu lar de verdade' agora, e a soh curticao aumenta. Ate quando fui pra Recife e passei mais de 1 mes em 2013, eu ja nao via a hora de voltar pra casa. Acho que isso pode ser diferente de um pra outro, mas se voce curte onde voce esta e gosta de sua vida de forma geral, eventualmente isso pode acontecer. E melhor quando voce se da conta disso ainda estando nesse lugar... Dito isso, eu nao tenho muito receio de mudar de novo pois sei que posso encontrar outros lares por ai. :-)

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    1. Valeu, Deda! Obrigadona pelo comentário! Me fez pensar no que é importante para mim... E acabou gerando outra reflexão, sobre a "personalidade das cidades", que acabei de postar! :-)

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  5. Andreia, que legal ter notícias de vocês! Já assinei o blog. Eu não resisti a comentar esse seu post. Eu acho que você pode sim sentir-se em casa mesmo estando longe do Brasil. Eu hoje me sinto com duas casas. Minha casa aqui em Londres, onde moro faz 12 anos (7 no mesmo apartamento) e a casa dos meus pais, onde morei por quase 30 anos, em Recife. E não só eu, mas também minhas amigas brasileiras que moram aqui comentam que se sentem "em casa" em suas casas londrinas. Quanto a minha casa do Brasil, não posso passar mais de um ano sem ir lá, sinto muita falta! E quando chego lá, não tenho pressa de voltar para a casa daqui. Sendo Poliana, acabei ficando com dois lares.... Beijos para você e Roger! Denise

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    1. Que bom que você não resistiu, Denise! :-)

      A-do-rei saber sobre os seus dois lares e mais ainda sobre não ter pressa para voltar para a casa de Londres!

      Agora estou curiosa para saber como vai ser com a gente depois que formos ao Brasil de novo... Não sei nem em que casa a gente vai ficar por lá! Capaz de fazermos uma peregrinação entre as casas dos meus pais, da minha sogra, dos amigos... :-)

      Um beijão!

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